segunda-feira, 1 de agosto de 2011





O Tao Zodiacal

31 JUL 2011 | por KENTARO MORI em DÚVIDA RAZOÁVEL às 15:26

A imagem começa com a iniciativa de
Stéphane Guisard de tentar capturar o céu mais escuro. Para isso, teve antes de mais nada que se distanciar da poluição luminosa das cidades, situando-se no deserto do Atacama próximo do Observatório Paranal no Chile. Afastada a luz artificial, mesmo a luz celeste de astros como a própria Lua — fotografando durante a lua nova — ou a das bilhões de estrelas da tal de Via Láctea — capturada na linha do horizonte, para que as montanhas a bloqueassem — foi levada em conta.

Na busca pelo céu mais escuro no planeta Terra, astrônomos produziram esta imagem composta do céu dos dois hemisférios opostos, delineado por um tênue “S” lembrando oTaijitu que ilustra o conceito de Yin Yang. Apreciar mais outra poesia do real, na continuação.

Com o céu mais escuro das Américas, representando todo o hemisfério sul, fenômenos que comumente passam despercebidos se destacam, incluindo o tênue arco através do céu. Não é a Via Láctea, que como vimos, está próxima do horizonte. É um brilho ainda mais delicado, relacionado com a luz zodiacal, conhecido como gegenschein. É o brilho de uma fina nuvem de partículas estendendo-se ao longo do plano em que os planetas giram ao redor do sol, refletindo a luz do mesmo astro-rei.

Se você visitar a página de Guisard, role para a metade e navegue pelo panorama interativo. Se dirigir seu olhar virtual para cima, ao zênite, verá a linha do gegenschein não como um arco, mas como uma linha riscando o céu, o que torna mais fácil visualizar e situar-se neste literal plano cósmico. É o plano aproximado em que a Terra e os planetas giram.

Inspirado pelo trabalho de Guisard, Tunç Tezel capturou a contraparte do hemisfério norte, em La Palma, nas Ilhas Canárias, completando a metade oposta do céu, e de todo o Universo, que envolve todo o planeta.

A beleza de compreender esta imagem é compreender que a linha dogegenscheinlembrando o Taijitu realmente separa todo o Universo em metades complementares “acima” e “abaixo” (ou vice-versa) do plano que nosso planeta delineia ao orbitar nossa estrela. São Yin e Yang reais, não só representando, como de fato sendo tudo aquilo que existe.

E o mais bacana? Tudo isso se delineia sobre nossas cabeças a todo o momento, não apenas de noite, como de dia. Só não podemos vê-lo por causa da luz do Sol, ou à noite pela luz lunar, da própria Via Láctea ou de nossas cidades. Na melhor tradição taoísta, apenas o céu mais escuro permite ver este brilho. [via APOD]


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